PONTOS
“Pontos” são uma espécie de chamado das entidades onde através dele, invocamos as entidades para que venham trabalhar seja na incorporação, ou apenas para uma “firmeza”.
TATÁ CAVEIRA (MEU EXÚ)
Portão de ferro
Cadeado de madeira
No portão do cemitério
Vou chamar Tatá Caveira
Outro:
Soltaram um bode preto
Meia-noite na kalunga
Ele correu os quatro cantos
Foi parar lá na porteira
Bebeu marafo com Tatá Caveira
ROSA CAVEIRA (A MINHA)
Sacode o pó que chegou Rosa Caveira
Pomba Gira da kalunga
Vem levantando poeira
Suas mandingas são cercadas de mistérios
Saravá a Pomba Gira que vem lá do cemitério
Se diz que faz é melhor não duvidar
Porque a Rosa Caveira promete para não faltar
Sacode o pó que chegou Rosa Caveira
Pomba Gira da kalunga
Vem levantando poeira
Levo uma rosa quando vou ao seu axé
Falo com Rosa Caveira
Porque nela eu tenho fé
Tudo o que peço nunca me deixou faltar
Ela é muito famosa
E naê é mojubá
ZÉ PELINTRA
De terno branco
Seu punhal de aço puro
Seu ponto é seguro
Quando vem pra trabalhar
Segura o “nêgo”
Que esse “nêgo” é Zé Pelintra
Na descida do morro
Ele vem trabalhar
Seu Zé Pelintra é um cabra bom
Seu Zé Pelintra é um cabra bom
Que não me deixa escorregar
Vence demanda, quebra feitiço
Ele é o Mestre lá da encruza
PONTO DE FIRMEZA DE GIRA EXÚ
Sou Exú, trabalho no canto
Quando canto desmancho, quebranto
Sete cordas tem minha viola
Vou pra gira de lenço e cartola
É cigarro e charuto
Viola, tridente
Bebida e marafo
Sou Sete da Lira
Derrubo o inimigo
Com dedos de aço
TRANCA RUA DAS ALMAS
Deu meia-noite:
A lua se escondeu.
Lá na encruzilhada,
Dando a sua gargalhada
Tranca-Rua apareceu.
É laroiê! É laroiê! É laroiê!
É mojubá! É mojubá! É mojubá.
Ele é odara e quem tem fé nesse exú
É so pedir que ele dá.
MARIA PADILHA DAS ALMAS
Abre essa cova
Quero ver tremer
Abre essa cova
Quero ver balancear
Maria Padilha das Almas
No cemitério é o seu lugar
É no buraco que a Maria mora
É lá na lomba que a Padilha vai girar